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  • Foto do escritorLarissa Tonaco

A performance além das medalhas

Acompanhar o que se passa nas Olimpíadas vai além de olhar para uma lista conferindo o ranking.

Pude presenciar um dos maiores troféus sendo entregue a todos que puderam, de algum modo, degustar o que se passava.


Vimos a americana Simone Biles dizer não, a brasileira Rayssa Leal se divertir enquanto competia e o britânico Tom Daley tricotar um suéter para cachorro na arquibancada.


Todos diante de uma pressão de cinco anos de treinamento, “prontos” para alguns instantes de apresentação através das câmeras ansiosas de todo o mundo.

Em um momento de pressão é ainda mais fácil descermos feito água na pia, nos misturando a tudo o que passa no cano e esquecendo do mais importante: em meio a tantas impurezas, nós somos a água.

 
Biles respeitou a si e sua equipe quando acenou a mão de modo a parar tudo o que estava acontecendo. Em sua hierarquia de importância a saúde mental ocupou o topo, mostrando que quem ela era estava acima do que ela fazia.

Há pouco tempo escrevi sobre um relato do CEO da Cisco, Laerte Albuquerque. Sempre tão ativo e apaixonado por seu trabalho precisou de um tempo afastado para se reestabelecer emocionalmente. Em uma entrevista ele compartilhou o quanto foi difícil reconhecer que, se afastar por um tempo seria o seu remédio.


Expressar de modo genuíno o que se passa conosco é uma das mais belas premiações.


 

Em se falando de ser real, nossa atleta Rayssa, traz para nós aquilo de mais gracioso que possui, a leveza.


Sabe quando vamos fazer uma apresentação e usamos a expressão “borboletas batendo asas no estômago”?

Com ela parecia que realmente haviam assas, mas nos seus devidos lugares.


Ela dançando instantes antes de competir me lembrou os momentos que íamos ao parque de diversão, quando estávamos prestes a embarcar em nosso brinquedo favorito.


Mas ela não deveria estar concentrada?

Ela estava na melhor das performances, ela estava com ela mesma.



Ser real é se libertar de manuais de instrução, deixar vibrar o que bate no seu coração.




E o que vibrou no coração do britânico Tom Daley, foi a arte de se expressar em cada curva que a linha fazia ao tocar a agulha numa bela costura.


Aquele vai e vem acalentava as vozes externas e aproximava as internas.


Por algum tempo vi divulgações sobre as vantagens de se fazer tricot: relaxamento, melhora no humor, autoconfiança.


No caso de Tom foi a ferramenta para sua medalha de ouro.



 


O que essas histórias tem em comum?

Elas falam de pessoas reais, em situações de extrema pressão, dispostas a expressarem com corpo ou através das vozes o que se passa com elas. Independente do que irão ouvir ou do que enfrentarão, faz sentido para elas o que estão fazendo.

É preciso clareza de si para saber o que está acontecendo e autoconfiança para manifestar no mundo aquilo que te faz bem.


Autora: Larissa Tonaco

Psicóloga, Executive Coach, Head Trainer, Palestrante e Mentora.

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